AILTON ELISIÁRIO
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GUERRA RÚSSIA X UCRÂNIA

 

            Em A Arte da Guerra, do filósofo chinês Sun Tzu, ele logo no início diz: “procure alcançar uma vitória rápida nas operações militares. Se demorar nas ações, as armas ficarão desgastadas, as provisões insuficientes e as tropas desmoralizadas. Se o seu exército for mantido muito tempo em campanha, as reservas do Estado serão insuficientes. (...) Apesar de já termos ouvido falar de campanhas precipitadas e imprudentes, nunca tivemos um exemplo de benefício no prolongamento das hostilidades. Tampouco, ouvimos que uma guerra demorada pudesse beneficiar um país”.

            No terceiro capítulo ele diz: “na arte prática da guerra, o melhor de tudo é tomar o país do inimigo inteiro e intacto; quebrá-lo e destruí-lo não é tão bom. (...) Um líder que está bem instruído em operações militares faz com que o inimigo se renda sem lutar, captura as cidades do inimigo sem atacá-las violentamente. E destrói o Estado do inimigo sem operações militares demoradas”.

            A Rússia é um país bem mais equipado militarmente que a Ucrânia. Disto ninguém duvida. Quando Vladimir Putin iniciou a guerra, decerto esperava vencer com celeridade e tranquilidade, em poucas horas ou poucos dias. No entanto, não é o que se está vendo. Já são decorridos mais de um ano, mais precisamente 1 ano e 4 meses e a Rússia o que faz é apenas destruir. Ademais, não existe perspectiva para um final, ou mesmo um acordo de paz.

            Isto não está sendo nada bom para o lado russo. Sun Tzu já o disse “que uma guerra demorada pudesse beneficiar um país”. Notícias correm que Putin já sofre críticas da população e que prisões estão sendo efetuadas contra aqueles que demonstram sua insatisfação com a guerra. Com certeza os impostos já subiram para poder financiar a guerra. É Sun Tzu que diz: “quando envia suas tropas para empreender uma guerra em local distante, geralmente o Estado acaba empobrecido. (...) Quando os recursos do Estado estiverem se exaurindo, os impostos tenderão a aumentar para angariar mais recursos”.

            Por apenas se ver destruição, o que restará do espólio de guerra? Se sair vitoriosa, a Rússia terá que reconstruir a Ucrânia e não gozará do respeito dos seus nacionais. Por isso Sun Tzu diz que melhor é “tomar o país do inimigo inteiro e intacto; quebrá-lo e destruí-lo não é tão bom”. O espírito combativo do ucraniano tem deixado perplexo o russo, que jamais sonhou que a reação seria tão valorosa. Mesmo com milhares de mortos e feridos, a Ucrânia se firma valente no campo de batalha. A guerra já produziu cerca de 180 mil mortos e feridos nas fileiras do Exército russo e 100 mil do lado ucraniano, sem contar as 30 mil mortes de civis, segundo cálculos divulgados pelo Exército norueguês.

            Outro filósofo de origem florentina, Nicolau Maquiavel, embora mais conhecido por haver escrito O Príncipe, escreveu também A Arte da Guerra, onde ele diz: “uma vitória destrói o efeito das piores operações, mas uma derrota aborta os planos mais sabidamente traçados”. Sendo assim, não parece que Putin esteja seguindo Sun Tzu, pois enfrenta há 16 meses um pequeno país que tem lutado com fé e perseverança causando-lhe retrocessos e dificuldades. Outra lição de Maquiavel de “quanto mais fraco e cauteloso parecer o inimigo, tanto mais você deve estimar ter cuidado com ele”, não foi por ele absorvida, o que faz Vladimir Putin até então não impingir a Volodymyr  Zelensky uma grande derrota.

            Isolada da comunidade das nações, a Rússia só ameaça os aliados da Ucrânia e se deteriora na destruição do país que provoca com os constantes bombardeios, com as ameaças de um ataque nuclear e a intensificação do conflito no campo aéreo, principalmente por meio do uso de drones. Parece, isto sim, diante da difícil situação desfavorável e sem evolução,  não obstante o arsenal de guerra que detém, que a Rússia perdeu a guerra e não sabe o que fazer para se retirar do campo de batalha.

Ailton Elisiario
Enviado por Ailton Elisiario em 14/06/2023
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