AILTON ELISIÁRIO
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Textos

NOS SENTIMENTOS DOS PEREGRINOS

 

 

            Nas sete crônicas publicadas em face da peregrinação à Terra Santa, minha preocupação foi apenas a de relatar as passagens do grupo pelos diversos locais por onde passou Jesus. Mesmo que em alguns trechos eu tenha mencionado o afloramento das emoções, mesmo assim elas ficaram restritas à descrição do comportamento coletivo, denotando a sensibilidade exposta pelo clima que cada lugar envolveu o grupo.

            E não poderia ser diferente. Afinal, cada integrante do grupo sentiu a energia ou a aura do lugar, segundo a sua história de vida e a sua sensibilidade espiritual. Assim, se alguns se emocionaram em determinados lugares, outros se emocionaram em outros, mas decerto ninguém deixou de passar por algum momento de emoção, recôndita ou aberta, mas uma verdadeira emoção.

            É possível que alguns tenham associado a emoção sentida a uma questão de vida, a um problema que enfrenta, a uma situação passada ou presente, a uma saudade que não se acaba, a um futuro que não se delineia, enfim, a algo que se faz presente permanentemente em sua vida. Mas, talvez eles mesmos nem saibam o porquê a emoção aflorou, pois, os sentimentos brotam de acordo com o estado de espírito, sem que seja preciso estar a ele associado algo realmente vivido. Afinal, o inconsciente humano guarda arquivos que nem a memória objetiva se lembra.

            Porém, o que importa de tudo isso é que cada uma pessoa do grupo viveu em sua individualidade um relacionamento íntimo com o Criador dos Mundos, o Grande Arquiteto do Universo. E isso em pleno espaço de uma cidade sagrada, Jerusalém, que em certo tempo por seu Filho, Ele ocupou. E continua ocupando pela crença que cada um de nós atestamos. Ir à Terra Santa, pois, é estabelecer uma linha direta de comunicação com Cristo, não para aumentar a nossa fé, mas, para torná-la mais consciente e forte.

            As lágrimas derramadas, os soluços incontidos, os nós presos nas gargantas, os choros escondidos e tantas outras formas de expressão sentimental, formaram o conjunto emocional do grupo, numa autêntica manifestação de fé. Sentimentos que se fortaleceram com as palavras e reflexões evangélicas dos padres, nossos guias espirituais, que sedimentavam a nossa confissão de crença.

            Deus esteve conosco o tempo todo, porque dele não nos afastamos nesses dias. A figura de Jesus nos conduziu em todo o trajeto da peregrinação, desde a tomada da decisão em peregrinar até o retorno aos nossos lares, porém projetado com muita força durante o percurso e com muito vigor em momentos especiais que tocavam mais profundamente nossos corações.

            As passagens bíblicas se robusteceram nas suas formas e cores em nossas mentes, reformulando o sentido da vinda de Jesus. Com Ele caminhamos na Galileia, fomos a Belém e Nazaré, nos batizamos no rio Jordão e choramos sobre Jerusalém, porque aqui também fomos crucificados, sepultados e ressurretos. Mas, Jerusalém não é nossa, é de todos os peregrinos, e que seja de todos aqueles que vivem e seguem a Jesus.

            Jerusalém, não existe outra cidade que tenha sido causa e palco de tantos conflitos como esta. “Como uma montanha de neve brilhando ao sol”, assim tendo se referido a Jerusalém o historiador romano Flávio Josefo, que seja um dia verdadeiramente a cidade da paz, com a paz de Cristo.

Ailton Elisiario
Enviado por Ailton Elisiario em 24/04/2022
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