AILTON ELISIÁRIO
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NA VIA DOLOROSA EM JERUSALÉM

 

            Último dia de nossa caminhada. Momento máximo de toda a peregrinação, ao percorrermos não mais os caminhos de Jesus na Galileia, mas a via dolorosa pelas ruas estreitas e escorregadias de Jerusalém, à semelhança na forma e tempo do fato acontecido. Quatorze locais marcam a passagem dele nos quais nos concentramos, rezamos e refletimos, ouvindo as palavras sempre apropriadas dos nossos guias espirituais, os padres Leandro e Weslley.

            O trajeto começa onde era o Palácio de Pilatos e termina no Gólgota, o Monte do Calvário. As estações da via sacra estão distribuídas em 9 locais nos becos estreitos da velha cidade e 5 no interior da Igreja do Santo Sepulcro. As estações são marcadas por capelas, igrejas, conventos e estruturas de pedras e colunas. Nas ruas abrem-se as lojas comerciais em ambos os lados, na grande maioria de comerciantes árabes, que respeitam os cortejos dos peregrinos de qualquer origem religiosa.

            Entramos em Jerusalém pela Porta Antônia e iniciamos a via dolorosa na Capela da Condenação, construída sobre as ruinas de uma antiga igreja medieval e local onde Pilatos entregou Jesus à crucificação. Ali foi celebrada a Santa Eucaristia, após a qual começamos a nos deslocar, indo a seguir à Igreja da Flagelação, a segunda estação da via sacra, uma igreja construída pelos Cruzados, abandonada por séculos, adquirida pelos franciscanos e restaurada em 1929 mantendo-se seu estilo medievo. 

            A terceira estação localiza-se numa igreja católica armênia, local onde Jesus caiu pela primeira vez. O local onde Jesus se encontrou com sua mãe Maria marca a quarta estação, estando ali uma pequena capela do Patriarcado Armênio. Já na quinta estação está uma capela franciscana, conhecida como Simão de Cirene em homenagem ao homem cirineu que ajudou Jesus a carregar a cruz.

            A sexta estação está marcada com a Capela de Santa Verônica, lugar da casa de Verônica que limpou o rosto com um véu o rosto de Jesus no qual ficou impresso. No ponto onde Jesus caiu pela segunda vez está a sétima estação, marcada pelo Portão do Julgamento, lugar onde as acusações dos condenados à morte eram publicadas. A seguir, na parede do mosteiro ortodoxo grego de São Caralampo acha-se uma pedra com uma cruz latina, designando a oitava estação, onde Jesus consolou as mulheres de Jerusalém. O local onde Jesus caiu pela terceira vez está marcado por uma coluna na porta de entrada da Igreja Copta de Santo Antônio, apontando a nona estação.

            Até aqui a via sacra decorreu nas ruas. A décima estação situa-se na Capela Armênia da Divisão das Vestes, que fica ao lado da Igreja do Santo Sepulcro, onde estão as últimas estações. A décima primeira no canto direito da entrada está ilustrada pelo mosaico do teto o local onde Jesus foi pregado na cruz. A décima segunda está ao lado esquerdo do recinto, sob o altar e que fixa o ponto exato da cruz de Jesus, indicado por um disco prateado com uma cavidade no centro. Em cada lado do altar os locais das cruzes dos ladrões crucificados estão identificados com placas de mármore negro.

            A décima terceira estação que comemora a retirada de Jesus da cruz, está marcada por um altar dedicado a Nossa Senhora das Dores, com uma imagem da Madona, relembrando Maria tomando nos braços o corpo do seu filho. Ali está a Pedra da Unção, na qual Jesus foi ungido com uma mistura de mirra e óleos aromáticos. E a décima quarta estação está no centro da Igreja, onde se encontra o Túmulo do Senhor.

          Dividido em duas partes, a primeira é a Capela do Anjo que abriga um fragmento da pedra que selou o túmulo e a segunda é a Câmara Mortuária iluminada por 43 lamparinas que ficam acesas dia e noite e protegida por uma capela chamada Edícula. O túmulo em seu interior é coberto com uma laje de mármore em que se afiguram ilustrações da ressurreição de Jesus. Todos nós, um a um, nos ajoelhamos e tocando a pedra da cruz, a pedra da unção e a pedra do sepulcro, fizemos nossas orações e reverências.

            As igrejas Católica Romana, Católica Ortodoxa e Apostólica Armênia têm todos os direitos sobre o interior da tumba. Todas elas celebram a Santa Missa lá diariamente. A Edícula é tida como o local mais sagrado de toda a Igreja do Santo Sepulcro. Antes de adentrarmos à Edícula assistimos um ritual da Igreja Armênia, uma procissão que por 3 vezes circulou em torno dela, sob canto litúrgico e velas acesas, com a presença do Patriarca.

            Assim, terminada nossa peregrinação retornamos recompensados. Andamos na Terra Santa, sentimos de perto a energia divina abundando em nossos corações, enriquecemos nossos espíritos, rezamos por nossos familiares e amigos e agradecemos o dom da vida, a maior graça que nos é dada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ailton Elisiario
Enviado por Ailton Elisiario em 20/04/2022
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