AILTON ELISIÁRIO
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A PÉROLA DO DANUBIO
        Chegamos ao final de nossa viagem adentrando a bela capital da Hungria, a cidade de Budapeste. Cortada pelo Danúbio, antigamente de um lado Buda com suas colinas e vales e do outro Peste com sua área plana, é ela a maior cidade da Europa Oriental, chamada de Pérola do Danúbio.  Iniciamos nosso roteiro pela Praça dos Heróis, onde se acham no centro a estátua do arcanjo Gabriel no topo de uma coluna e as estátuas dos fundadores da pátria, dos reis e governantes húngaros, e as simbólicas do Trabalho e Bem Estar, da Guerra, da Paz, da Glória e Sabedoria.
Daí percorremos os 2,5 km da Avenida Andrassy, a via principal com seus palácios grandiosos e a Ópera construída em 1884 pelos burgueses ricos que já não queriam viajar para se deleitarem com os espetáculos na Ópera de Viena. A seguir, atravessando a ponte das Correntes, que se assemelha a de Londres, subimos a Colina do Castelo de onde visitamos a Igreja Matias, templo onde foram coroados o rei Matias, o Justo, o imperador Francisco José I com a imperatriz Sissi.
Obra monumental, no entanto, é o Parlamento, do lado de Peste. Chamam-na Casa da Pátria e lá funcionam a Câmara Alta e a Câmara Baixa, algo como nossa Câmara dos Deputados e o Senado Federal. O prédio é decorado com folhas de ouro de 24 quilates e nele estão depositadas as joias da Coroa Húngara, protegidas por uma guarda militar que se reveza de hora em hora mediante cerimonial militar a que assistimos. Fora e perto do Parlamento encontramos na margem do rio um monumento inusitado: 60 pares de sapatos de ferro, em memória das vítimas do Holocausto que foram fuziladas e atiradas ao Danúbio naquele lugar.
        O interessante é que Budapeste, numa visão reducionista, podemos dizer que do lado de Buda está a Idade Média e do lado de Peste a Idade Moderna.  Embora ambas tenham a mesma idade, as antigas casas medievais de Peste foram destruídas pelas inundações de 1838, ficando preservadas as de Buda, longe dessas catástrofes. Assentado na parede ao lado do Funicular, - um bondinho parecido com o do Cristo Redentor no Rio de Janeiro - que dá acesso para a Praça de São Jorge em Buda, o brasão histórico da Hungria com a Coroa Sagrada unifica a cidade. Diz a lenda que o papa Silvestre II enviou-a no ano 1000 para a coroação de Santo Estevão, reconhecendo assim o Estado Húngaro no seio dos Estados cristãos da Europa.
No Mercado Central, de paredes de tijolo amarelo e vermelho e telhado colorido de cerâmica, saboreamos um patê de fígado de ganso, gostosa comida da região.  Depois de um passeio pelo rio apreciando a belíssima vista noturna da cidade, fomos sorver as alegrias e sabores de uma típica Noite Húngara, com muita música, comida e bebida, onde Roncalli e Fernanda foram convidados a dançar com os artistas, culminando com Roncalli dividindo com Rita, a companheira do grupo originária da Bahia, que mesclou a polca húngara com os trejeitos inconscientes da dança ritual baiana.
         E assim nos despedimos, alegres, revigorados, enriquecidos com as culturas locais. As cidades visitadas são muito lindas, guardando cada uma delas suas características e peculiaridades. Na Europa Ocidental, Paris com sua liberdade, Berlim com sua taciturnidade e na Europa Oriental, Praga com sua multiface, Viena com sua fineza, Budapeste com seu colorido, enfim, cada uma com sua beleza impar. Como Paris, as Princesas do Danúbio são boas pedidas para uma lua de mel ou mesmo para revigorar o amor. Disto, agora falo de cátedra.
Ailton Elisiario
Enviado por Ailton Elisiario em 19/12/2017
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