NA CIDADE DE PRAGA
Iniciamos o passeio no leste europeu pela cidade de Praga para termina-lo em Budapeste. Situada ao longo e às margens do rio Moldava, Praga ocupa uma posição central que facilita a comunicação das regiões da Europa, o que a faz ser o coração do velho continente.
Praga era a capital da Tchecoslováquia, ocupada pelos nazistas em 1939 e transformada em República Popular em 1948 pelos soviéticos num golpe de estado comunista. Em 1993 a república divide-se e surgem a República Tcheca e a República da Eslováquia, libertando-se do regime pelas eleições livres sob a liderança de Vaclav Havel e Alexander Dubcek.
Praga é uma cidade de muitos templos católicos. A Catedral de São Vito, que visitamos, levou mil anos para ser concluída, iniciada sua construção em 925 e concluída em 1928. É a principal delas e se destaca pela sua história, sua arquitetura gótica, suas capelas internas, sendo a sede do arcebispado. Mas, a que mais nos emocionou foi a Igreja do Menino Jesus de Praga, porque guarda ao lado do Altar do Menino, a imagem de Nossa Senhora Aparecida, ofertada pela Embaixada do Brasil. Nós visitamos esta Igreja exatamente no dia 12 de outubro, Dia da Padroeira do Brasil.
A cidade tem inúmeras pontes, mas é a Ponte Carlos um dos seus grandes símbolos. Construída no Século XIV, tem 516 metros de comprimento, 10 metros de largura, 16 pilares de sustentação, 30 estupendas esculturas colocadas nos seus parapeitos desde 1657 com um crucifixo em bronze até 1928 com as estátuas dos santos Cirilo e Metódio. É um ponto de grande visitação turística e onde se encontram muitos artistas e artesãos oferecendo os frutos dos seus trabalhos.
Os palácios são majestosos e dispõem de belos jardins. O Palácio Real é o mais destacado e nele há uma enorme sala, chamada Sala de Vladislao, na época a maior de toda a Europa, com 62 metros de comprimento, 16 metros de largura e 13 metros de altura, onde ocorriam as grandes festas e torneios de cavaleiros.
O Castelo de Praga, o maior castelo antigo do mundo, era a residência dos duques da Boêmia. Entra-se no pátio do castelo pela Porta dos Gigantes, uma escultura de pedra elaborada em 1770 por Ignác Platzer baseada na Luta dos Titãs, local onde se dá a troca da guarda diariamente ao meio dia. Hoje é um museu e ao dele sair se passa obrigatoriamente pelo Mosteiro de São Jorge e por uma rua estreita chamada Rua do Ouro, onde os ourives fabricavam joias. Numa das casinhas de estilo renascentista dessa rua, a de número 22, o escritor tcheco Franz Kafka escreveu alguns dos seus romances.
Os guias turísticos chamam a atenção dos visitantes para dois pequenos monumentos. Um na entrada do Castelo é uma espécie de gaiola, onde eram colocadas em exposição as mulheres adúlteras. Outro, ao final da Rua do Ouro, é uma estátua em bronze escurecido de um menino nu, com o órgão genital dourado, sendo insinuado que seja tocado pelos visitantes para que possam retornar à Praga. Uma simpatia que nem sempre é atendida, principalmente pelos homens.
Na torre da Câmara Municipal o relógio astronômico construído no Século XV e em pleno funcionamento anuncia a hora a cada hora. Quando isto ocorre, desfilam os apóstolos com eloquentes referências alegóricas, aparecendo um a um em duas pequenas janelas acima do visor das horas. Ladeando o quadrante do relógio estão quatro figuras talhadas que representam a vaidade, a avareza, a morte e a luxúria.
Por fim, a Torre da Pólvora, onde eram guardadas as armas e munições na época dos reis. As ruas estreitas de paralelepípedos e as praças da cidade, dentre elas a da cidade velha, com uma mistura de prédios em estilos arquitetônicos de vários séculos e a praça Franz Kafka, com a sua estátua. A arquitetura antiga de uma beleza dourada dá um ar medieval à cidade.
Daqui, então, partimos para Viena, mas não antes de havermos saboreado uma boa “pivo”, ou seja, cerveja, servida numa enorme caneca. Além da música e do teatro, este é um dos programas favoritos dos tchecos, não tão diferente dos brasileiros.
Ailton Elisiario
Enviado por Ailton Elisiario em 04/12/2017