AILTON ELISIÁRIO
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O PAPA É POP
O PAPA É POP
Ao renunciar o papado o papa frustrou muitos católicos, os quais jamais poderiam esperar que de repente, e não mais que de repente, pudessem ficar sem seu pastor. É que o papa sendo o sucessor de Pedro e sumo sacerdote de Jesus Cristo aqui na terra, entendem os fiéis que apenas por morte o papa deve ser sucedido. Este sempre foi o sentimento dos católicos.
Não importa se o direito canônico atual permita que o papa renuncie, nem que em um distante passado algum deles renunciou, importa que o coração dos católicos fala mais alto, movido pelo amargo sentimento de perda inusitada de seu líder maior. O período de tempo decorrido desde a última renúncia de um papa alcança seiscentos anos, tempo por demais suficiente para ter implantado na mente de cada católico a vitaliciedade papal, somente perdida a chamado de Deus.
Há quem explique que o papa já não tinha condições físicas para suportar o peso do papado. O próprio papa isto confessou. Mas nem por isto o seu antecessor abdicou do trono petrino, em situação de saúde muito mais precária. Afinal, os papas renunciantes daquele passado longínquo foram levados à resignação em meio a grandes turbulências enfrentadas por uma Igreja que estava em formação.
Há também quem diga que a instituição também hoje se acha envolta em outras turbulências que teriam efetivamente motivado a renúncia. O papa não teria suportado a vergonha pelas práticas nefastas de maus sacerdotes e por escândalos produzidos por bispos e cardeais. Vendo que as medidas corretivas que adotou não surtiram os efeitos que esperava, o papa entendeu que outro cardeal eleito papa teria melhores condições de solucionar os graves problemas da Igreja.
Mesmo frustrados com a renúncia papal, a sua decisão foi um ato de coragem, de certo desbravador de novos caminhos para a Igreja. A criação de uma categoria eclesiástica de papa emérito na Igreja poderá contribuir para uma aproximação da cúria romana junto ao povo católico e a Igreja passar a ter um governo democrático. A Igreja da Hierarquia poderá vir a se transformar na Igreja do Povo de Deus, participando os fiéis da escolha do seu mais alto pastor, o Vigário de Cristo. Por isto, não é errôneo afirmar, que embora tendo Bento XVI deixado o comando da Igreja, mesmo assim o papa é pop.
Ailton Elisiario
Enviado por Ailton Elisiario em 01/03/2013
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